A nada romântica invenção do 12 de junho ——
Super Interessante: Em 1949, uma loja hoje extinta, a Clipper, queria incrementar as vendas de junho, um mês fraco para o comércio. O publicitário João Dória, pai do ex-governador de São Paulo, sacou a ideia de criar um dia dos namorados. “Não é só com beijos que se prova o amor”, dizia o slogan.
Coincidentemente ou não, a data escolhida foi o 12 de junho, véspera do dia de Santo Antônio (chamado “De Lisboa”, onde nasceu, ou “De Pádua”, onde morreu), conhecido como o “santo casamenteiro”. E fim, essa é a história. Um slogan muito bem-sucedido que em menos de 70 anos decretou para o brasileiro que amor não se prova com beijos, mas também com buquês, joias, roupas e filas na depilação, no restaurante e no motel.
No resto do mundo, claro, a história é outra. Lá fora, a data do dia dos namorados é 14 de fevereiro, o Dia de São Valentim (daí o nome Valentine’s Day, em inglês).
O poeta inglês Geoffrey Chaucer, que viveu no século 14, fez o provável primeiro registro conectando o dia de São Valentim ao amor. Ele escreveu que nessa data os passarinhos se encontram para namorar. Com o surgimento do amor romântico na Idade Média, o 14 de fevereiro começou a ser mais associado aos corações enamorados. Nesse mês, em 1415, o Duque de Orleans escreveu a sua mui gentil namorada (“valentine”) que estava “doente de amor”.
No século 17, Shakespeare também contribuiu. Ofélia canta em Hamlet: “Raiou o dia de São Valentim; de pé todos estão/ Para ser vossa Valentina, irei/ Pôr-me à janela, então.”
(Fonte Revista Super Interessante)
A nada romântica invenção do 12 de junho
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