Trump levará o mundo a uma guerra global?

1. A Estratégia “América Primeiro” e o Enfraquecimento de Alianças

Trump tem uma visão isolacionista da política internacional, priorizando interesses nacionais dos EUA em detrimento de alianças históricas. Durante seu primeiro mandato, ele:

Criticou e enfraqueceu a OTAN, chegando a ameaçar retirar os EUA da aliança.

Menosprezou a diplomacia multilateral, abandonando acordos internacionais como o Acordo de Paris (clima) e o Acordo Nuclear com o Irã.

Tornou-se próximo de líderes autoritários, como Vladimir Putin (Rússia) e Kim Jong-un (Coreia do Norte), adotando uma abordagem imprevisível nas negociações.

Se reeleito, há um receio de que ele:

Diminua ainda mais o compromisso dos EUA com a segurança europeia, incentivando a Rússia a agir agressivamente contra países como Polônia e os Bálticos.

Fragilize a influência dos EUA no Pacífico, aumentando a margem de manobra da China em Taiwan e no Mar do Sul da China.

2. Impacto na Guerra na Ucrânia

Trump já declarou que, caso fosse presidente, resolveria a guerra entre Rússia e Ucrânia em 24 horas. No entanto, isso poderia significar simplesmente pressionar a Ucrânia a ceder território a Moscou, o que enfraqueceria Kiev e abriria precedente para novas agressões russas. A fragilização da OTAN e a retirada do apoio militar dos EUA à Ucrânia poderiam aumentar a agressividade russa, levando a um conflito maior na Europa.

3. Conflito no Oriente Médio

O apoio irrestrito de Trump a Israel e sua hostilidade em relação ao Irã tornaram o Oriente Médio ainda mais volátil. Se ele retomar a Casa Branca, há cenários prováveis de escalada:

Fortalecimento da política agressiva israelense contra o Irã e grupos como Hezbollah e Hamas, podendo levar a uma guerra regional direta.

Fim das negociações diplomáticas com o Irã, aumentando as chances de um conflito militar entre Teerã e Washington.

Desestabilização de países árabes aliados dos EUA, caso Trump adote posturas extremas que enfraqueçam regimes pró-Ocidente.

4. Tensão com a China e a Possível Crise em Taiwan

Trump tem um histórico de escalada de tensões comerciais e políticas com a China. Durante seu governo, a relação entre Pequim e Washington se deteriorou, com medidas como:

A guerra comercial sino-americana, que prejudicou ambas as economias.

O aumento do apoio a Taiwan, provocando reações militares da China.

Se ele for eleito novamente, há um risco de:

Aumento das provocações contra Pequim, levando a retaliações militares ou econômicas.

Conflito direto no Estreito de Taiwan, caso os EUA adotem uma postura mais agressiva em defesa da ilha.

5. O Papel das Armas Nucleares e a Instabilidade Global

Trump já fez declarações irresponsáveis sobre armas nucleares, chegando a questionar por que os EUA não poderiam usá-las mais livremente. Durante sua presidência, ele:

Retirou os EUA de acordos nucleares importantes, como o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) com a Rússia.

Aumentou a retórica belicista contra adversários, especialmente contra a Coreia do Norte e o Irã.

Se houver uma nova escalada com potências nucleares, como Rússia ou China, o risco de um conflito nuclear acidental ou intencional se torna uma preocupação real.

Embora Trump não seja diretamente um “iniciador de guerras”, seu estilo de governar impulsivo, isolacionista e beligerante pode levar a uma série de erros estratégicos que aumentam o risco de um conflito global. Ele enfraquece alianças, incentiva agressões de adversários dos EUA e adota posturas imprevisíveis, o que pode tornar crises diplomáticas incontroláveis.

Se combinado com a ascensão de lideranças autoritárias pelo mundo (como Putin e Xi Jinping) e a deterioração das relações internacionais, o segundo mandato de Trump pode ser um dos períodos mais perigosos para a estabilidade global nas últimas décadas.