ATI VIDA DE… AFETI VIDA DE…

Por Francisco Mattos*


“É que um carinho, às vezes, cai bem. ”
(Sozinho – Caetano Veloso)

“Oi , Eu sou Olaf e Gosto de Abraços Quentinhos.”
(Personagem de FROZEN)

Afetividade… AFETI VIDA DE… alguém. Afete todos que o rodeiam. Afete também quem esteja distante ou quem se distancie de você. Afete a todos, pois quanto mais afeto você distribui, mas afeto você fica de carinho, de amor.
Atividade… A TI VIDA DE…sentimentos que só fazem bem ao nosso espírito!
Tratar bem às pessoas, aos animais, à natureza é uma manifestação de afeto.
“Para a Psicologia, a afetividade é a capacidade do ser humano de experimentar tendências, emoções, paixões e sentimentos. É através do afeto que revelamos os nossos sentimentos e criamos laços de convivência.” ¹
E nesse tempo de confinamento o que mais se mostra afetado, é o emocional. Chora-se por qualquer coisa. Propaganda do dia dos pais, principalmente para quem os perdeu nesta pandemia para a Covid-19, é um grande motivo para derramar lágrimas. Independente dessa tragédia em nossas vidas, qualquer propaganda bonitinha, com crianças, animais fofinhos e outras, é motivo para nos fazer chorar.

ALUNOS… EU VI ALGUNS DOS MEUS ALUNOS…À DISTÂNCIA…

“Saudade: presença dos ausentes”.
(Olavo Bilac)

E aproveitei para orientá-los (é o que deve fazer um Orientador Educacional, não é mesmo?) a ficar em casa, a estudar em casa. Eu os vi numa reunião, por uma dessas plataformas, promovida pela escola. E lá, também, estavam suas mães, os colegas professores, a direção.
Um sorrisinho de canto de boca, tipo Monalisa, mas que, outrossim, denotava satisfação em ver seus professores, seus Orientadores Educacionais.
Algumas carinhas na tela do computador exercem um efeito interessante, que diante desta nova realidade, têm que, também, se transformar numa nova rotina.
E pensar que todos foram pegos desprevenidos nos mais variados sentidos. As pessoas se viram encarceradas em suas casas numa verdadeira prisão domiciliar, sem serem bandidas.
Professores se viram obrigados a se transformar em técnicos de Novas Tecnologias (NT), a manipular ferramentas que nem imaginavam ter que fazê-lo tão cedo, apesar de saberem que essa realidade já existia, mas que não queriam acreditar e nem manejar. Até com celular dos alunos, ferramenta mais simples de NT, havia implicância por parte de professores. Hoje pede-se que esses alunos usem os seus telefones e, mais, que acessem o Facebook e, até mesmo, o WhatsApp.
É verdade que ainda existem docentes desesperados com essa tal nova realidade, que não pensavam em, tão cedo, terem que se adaptar a um novo, que já se mostrava velho. Afinal, o celular é um adulto que já completou os seus 30 anos². Hoje, através desse aparelho, pode-se fazer vídeo-chamadas, pode-se ir para além de um simples alô.
O que anima, mesmo que com alguma dificuldade, é ver o enfrentamento de muitos docentes frente a esse desafio.

E O FUTURO FOI ONTEM
Não se alegre tanto. O futuro foi ontem! (Francisco Mattos)

“O problema do nosso tempo é que o futuro não é o que costumava ser”. (Paul Valéry)

Aprendi a mexer nos aplicativos mais atuais, principalmente de mensagens instantâneas e chamadas de voz para smartphones como o WhatsApp, o Facebook, o Instagram, o Twitter e outros com os melhores técnicos que nem, no momento, tinham terminado o Ensino Fundamental, que foram os meus dois filhos.
Nossos alunos, principalmente os do segundo segmento do Ensino Fundamental, os que estão na faixa etária dos 11 aos 14 anos, sabem muito mais do que nós. Falta-nos um pouco de humildade para aceitar que não sabemos tudo e também para perceber que o aluno sabe muita coisa… que não sabemos. Quem nos alertou para essa verdade, foi o Mestre Paulo Freire quando nos legou que “Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre”.
E quando tudo isso passar, quando estivermos libertos dessa pandemia, desse vírus que, hoje, já ceifou mais de cem mil vidas, muitas novas ferramentas que imaginávamos nos filmes de futuros bem longe de nós (como o Jogador Nº 1, Johnny Mnemonic – este retrata o mundo inteiro conectado através de uma gigantesca internet – e o bom e velho MATRIX, que retorna agora em 2020), já estarão quase que obsoletos.
Diante desses apontamentos é possível resgatarmos a frase que abre esse espaço, para reforçar que o futuro foi ontem. As coisas acontecem, estão acontecendo a todo instante, muitas delas já aconteceram há alguns minutos e nem percebemos.
Observando os aspectos ponderados, é imprescindível que nos conscientizemos que não devemos, simplesmente, esperar o futuro chegar. É necessário vivenciá-lo, pois ele chega e entra sem bater à nossa porta.
O futuro foi ontem, você percebeu?
De qualquer forma, quero estar por aqui quando a holografia for uma realidade, for algo tão normal quanto o celular é hoje, na medida em que sentir pequenos choques suportáveis em um dos antebraços, avisando que alguém quer fazer contato comigo. Toco um microchip implantado subcutaneamente e, automaticamente, se tridimensiona a imagem de quem quer me falar.
Mais interessante ainda, é quando eu puder, atendendo o convite de quem, holograficamente me chamou, pousar meu transporte em alguma parte do lugar da festa, que tenha sido transformado em heliporto.
Viajei ? ! ? !
Só o tempo dirá!

¹. Disponível em https://www.psicologoeterapia.com.br/psicologia-infantil/ausencia-de-afeto/. Acesso e captura em 08/08/2020.

². “(…) o celular, (…) aportou no Brasil exatamente no dia 30 de dezembro de 1990. Nessa data os aparelhos começaram a funcionar no Rio de Janeiro, com capacidade para apenas 667 terminais”. (https://economia.uol.com.br/). Idem.

*Francisco Mattos é Orientador Educacional da Prefeitura de Cabo Frio, Mestre em Educação pela UERJ, antifascista e filiado ao PSOL.

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