Brasil tem desafios no ensino de matemática e língua portuguesa

Brasil tem desafios no ensino de matemática e língua portuguesa

 

Os estudantes da maioria das escolas brasileiras tem entre 3 a 4 anos de defasagem de ensino em comparação com os estudantes dos países da OCDE, que reúne os países mais ricos do mundo. O cenário é ruim, mas é ainda pior na área de matemática.

 

Apenas 37% dos estudantes que terminaram o 5º ano do ensino fundamental conseguiram um nível de aprendizado adequado de matemática. Em língua portuguesa esse índice chega a pouco mais da metade. Os resultados são do SAEB, o Sistema de Avaliação da Educação Básica.

 

A situação fica ainda mais grave à medida que avançam os anos de escolaridade. No 9º ano, o último do ensino fundamental, cai para 15% a proporção de alunos com formação adequada em matemática. No terceiro ano do ensino médio, a proporção é de apenas 5% dos alunos.

 

Para Cleyton Gontijo, professor do departamento de matemática da UNB, o cenário é preocupante e exige um esforço concentrado de todas as esferas de governo.

 

A desigualdade é outro desafio da educação brasileira. Enquanto entre os estudantes de pele branca, 56% tiveram aprendizado de matemática adequado, entre os de pele preta esse índice ficou em cerca de 30%.

 

Para Ernesto Faria, diretor do IEDE, um centro de pesquisas que mapeia boas práticas de educação no Brasil e um dos fundadores da plataforma QEDU, diminuir a desigualdade passa pelo enfrentamento ao racismo.

 

A defasagem histórica ficou mais grave com a pandemia de covid. Sem aulas presenciais e sem equipamentos adequados o nível de aprendizado caiu em todas as áreas. E matemática, mais uma vez, teve o pior resultado. Em 2019, o índice geral de alunos que concluíram o 5º ano do ensino fundamental com aprendizado adequado foi de 47%. Caiu mais de 10 pontos percentuais em 2021, depois de um longo período de ensino a distância. Em língua portuguesa, a queda foi de 6 pontos percentuais. Saindo de 57 para 51%.

 

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