De acordo com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI),Augusto Heleno, as críticas de “nações estrangeiras” sobre o desmatamento na Amazônia têm como objetivo “prejudicar o Brasil e derrubar o governo Bolsonaro”.
Enquanto as queimadas consomem vastas regiões do Brasil, o general da reserva do Exército, com seu discurso, retrocede o Brasil pelo menos até a década de 1970, quando a ditadura militar via nas críticas indícios de conspiração.
Embora não tenha citado especificamente um país, a declaração do general nos leva a imaginar Macron e Merkel confabulando juntamente com Leonardo DiCaprio e Greta Thunberg num grupo do Telegram, ações, ataques e declarações com o objetivo de derrubar o governo Bolsonaro.
A declaração do general Heleno se alinha à tendência do bolsonarismo de atribuir aos seus críticos a condição de inimigos. Ao mesmo tempo que é uma estratégia para agradar seu nicho de seguidores fanáticos, esse apelo às teorias da conspiração coloca o governo na intercessão entre a mediocridade e a incompetência.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) as queimadas no Brasil aumentaram 82% quando comparadas as ocorrências registradas no mesmo período (Janeiro a Agosto) do ano passado.
O aumento das queimadas no governo Bolsonaro são um fato, assim como a negligência e o negacionismo do governo também o são.
Rogério Carvalho
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