“Minuta do Golpe” – Bolsonaro está mais perto da inegibilidade——
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu, nesta terça-feira (14), que pode ficar inelegível para as eleições de 2026 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em um evento com brasileiros em Orlando, nos Estados Unidos, ele disse que “existe essa possibilidade de inelegibilidade sim”, mas negou que tenha cometido qualquer crime ou irregularidade.
Ele também afirmou que só seria preso em caso de “uma arbitrariedade” e defendeu os apoiadores detidos por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro em Brasília.
Bolsonaro é alvo de quatro ações no TSE que podem resultar na sua cassação e inelegibilidade.
As ações se referem à reunião que ele fez com embaixadores no Palácio do Planalto em 2020, à divulgação de um vídeo institucional da Embratur durante uma live presidencial, à utilização indevida da estrutura do governo para promover sua candidatura e à veiculação de propaganda antecipada nas redes sociais.
O ex-presidente também é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta participação em uma organização criminosa que teria financiado e divulgado fake news contra o sistema eleitoral brasileiro.
Além disso, ele é alvo de um inquérito administrativo aberto pelo TSE por ataques às urnas eletrônicas e à legitimidade das eleições.
Bolsonaro está nos Estados Unidos desde o dia 9 de março para participar da CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora), um evento que reúne lideranças da direita americana.
Ele também se encontrou com o ex-presidente Donald Trump e com empresários e investidores. Ele deve retornar ao Brasil no próximo dia 29/03.
Na manhã desta segunda-feira, 20 de março, o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) acesso à perícia feita na chamada minuta do golpe, documento que previa barrar a apuração das eleições do ano passado. O documento foi encontrado na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública.
O pedido foi feito no âmbito da ação de investigação judicial eleitoral (Aije) que apura eventual crime eleitoral do então presidente Jair Bolsonaro na reunião com embaixadores, realizada em julho do ano passado no Palácio da Alvorada, em que ele fez acusações sem provas contra as urnas eletrônicas e o processo eleitoral.
Autor da ação, o PDT quer que Bolsonaro seja declarado inelegível por ter atacado sem fundamentos o sistema eleitoral, conduta que seria vedada pelas regras eleitorais.
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