Desde que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que era candidato à presidência e o atual mandatário Jair Bolsonaro confirmou que concorreria à reeleição já era esperada uma polarização, que extrapolou o campo político e virou social.
A poucos dias da definição de quem será o governante do país de 2023 a 2026 (com riscos de impeachment), a manifestação do eleitor quanto à região onde vive, condição socioeconômica, renda, raça, religião e sexo dividiu o Brasil em dois.
No entanto o que tem imperado, infelizmente, tem sido o abuso da máquina pública (o atual presidente já não governa o país faz tempo, com 100% do seu tempo doado à campanha), a forte influência de certas camadas religiosas perante seus fiéis, assim como dono de empresas para com seus empregados, e as já famosas “fake news”.
Se em 2018, havia um grande apelo por renovação política (existia um sentimento antipetista muito grande), em 2022, após três anos e meio de governo Bolsonaro, em meio a várias polêmicas, frases infelizes, houve o reconhecimento por parte da mídia que foi um erro o impeachment de Dilma; Lula teve todos os seus processos arquivados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), com o reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU) de que o juiz que o condenou agiu de forma parcial e persecutória; mas ainda a votação do 1º turno mostrou que a extrema-direita é algo real no país.
Agora, desde que o 2º turno foi confirmado, a primeira-dama Michelle Bolsonaro iniciou uma verdadeira maratona com apelo religioso para garantir votos para a reeleição do marido, tentando diminuir a resistência de grande parte das mulheres. Ao seu lado, Damares Alves, ex-ministra e futura senadora, dotada de discursos discriminatórios, falas sem comprovação e muito mais. Em ambas a mesma tese: a perpetuação da subjugação das mulheres sob a lógica dos preconceitos que as oprimem.
Ultimamente, as duas mulheres têm dado declarações sem nenhum cabimento, e também sem nenhuma punição por espalharem notícias falsas. Pior: a mentira não combina em nada com o que a Bíblia prega, ou seja, a verdade e a paz. Para piorar, nesse “vale-tudo” mentiroso pela eleição, sobrou até para o próprio Bolsonaro. Em discurso recente, a primeira-dama reconheceu as barbaridades do marido e diante dos fiéis evangélicos que ouvem com frequência a existência de uma batalha entre o bem e o mal, o temor pelo PT (chamado de Partido das Trevas), ela soltou o seguinte:
“Não olhe para o meu marido. Olhe para mim. Olhe para mim, que sou uma serva do Senhor, que dobro os meus joelhos e tenho entendimento do mundo espiritual. Ele é tão falho como você, porque perfeito é só Jesus”.
Enquanto isso, o atual presidente segue sem apresentar propostas, focado o tempo todo em apenas falar do auxílio, do PT e de Lula. Ainda assim, quase metade do eleitorado brasileiro está do seu lado. Pode uma coisa dessas? Não. Exceto no Brasil de 2022.
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