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Edmundo González, o ex-diplomata reconhecido por parte do mundo ocidental como o presidente eleito da Venezuela, deu a sua mensagem mais enfática desde as eleições de julho passado nesta sexta-feira (10), em vídeo, falando do exterior.
“Como comandante das Forças Armadas, ordeno aos comandantes militares que não reconheçam ordens ilegais dadas por aqueles que tomam o poder e que preparem as minhas condições de segurança para assumir o cargo de presidente da República”, afirmou.
O presidente é, segundo a Constituição, também comandante supremo das Forças Armadas. Em meio a eleições apontadas como fraudadas pelo regime, González e sua coalizão dizem terem sido os eleitos com mais de 60% de apoio popular. Projetos internacionais de checagem também validaram esse argumento.
A mensagem vem horas após a cerimônia de posse de Nicolás Maduro ser realizada em Caracas com baixa presença internacional mas com uma ampla participação das mesmas forças de segurança do país que González conclama a se rebelarem.
Ele prometia que iria à Venezuela nesta sexta-feira para ser empossado. Agora diz que não o fez porque “a decisão do regime de fechar as fronteiras do país e ativar aviões militares” colocava em risco a sua segurança. González diz que o regime pretendia fazer com ele o que fez com a líder opositora María Corina Machado no dia anterior.
Na quinta-feira (9) a ex-deputada teria sido detida e posteriormente liberada pelo regime, segundo afirma. A ditadura nega, porém.
“Sigo trabalhando nas condições para assumir na Venezuela; represento a vontade de quase 8 milhões de venezuelanos dentro do país e de mais milhões impedidos de votar no exterior”, afirmou o opositor que concorreu nas urnas com Maduro.
“Hoje Maduro violentou a Constituição e a vontade soberana dos venezuelanos. Consumou um golpe de Estado e se autocoroou ditador. Nenhum governo democrático o respeita, apenas os ditadores de Cuba, do Congo e da Nicarágua.”
Até a manhã desta sexta-feira González estava na República Dominicana, último país de um giro que fez pelas Américas e que incluiu, nesta ordem, Argentina, Uruguai, Estados Unidos e Panamá. Não houve informações sobre um possível deslocamento seu.
Este texto está em atualização.
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