O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lembrou hoje da boa relação que teve com as Forças Armadas, durante os seus governos, e afirmou que os militares são mais responsáveis do que o presidente Jair Bolsonaro. “Eu acho que nós temos que ter em conta que os militares são mais responsáveis do que o Bolsonaro. […]
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lembrou hoje da boa relação que teve com as Forças Armadas, durante os seus governos, e afirmou que os militares são mais responsáveis do que o presidente Jair Bolsonaro.
“Eu acho que nós temos que ter em conta que os militares são mais responsáveis do que o Bolsonaro. Eu convivi com os militares e eu posso te dizer que eu não tenho queixa do comportamento das Forças Armadas. Nem da Marinha, nem do Exército, nem da Aeronáutica. Ou seja, eu mantive oito anos de convivência da forma mais digna possível.
Eles nunca me criaram um único problema. Eles ajudaram naquilo que era possível ajudar”, declarou em entrevista ao vivo ao portal UOL na manhã de hoje, 27.
Na conversa com os jornalistas Kennedy Alencar, Alberto Bombig e Carla Araújo, Lula contou que pediu aos senadores petistas Jaques Wagner (BA) e Humberto Costa (PE) para, em discurso, dizerem em alto e bom som que as Forças Armadas não têm que dar palpites sobre urnas eletrônicas, questão da alçada da sociedade, do Congresso Nacional e da Justiça Eleitoral.
Às Forças Armadas, disse, cabe cuidar das fronteiras e das riquezas brasileiras de forma soberana.
“Não é possível que, com a quantidade de responsabilidades que a gente tem que ter com o tráfico de armas na nossa fronteira, com o tráfico de drogas na nossa fronteira, a gente tenha um ministro da Defesa preocupado com urna eletrônica, porque o presidente está preocupado. Não. Está errado.
Discutir urna eletrônica é uma questão da sociedade civil, dos partidos políticos, dos políticos e da Justiça Eleitoral. É assim que deve ser, e o ministério da defesa tem que estar preocupado em organizar as nossas tropas para elas bem defender o Brasil quando o Brasil precisar”.
O ex-presidente se posicionou contrário à indicação de militares para comandar o Ministério da Defesa, disse que a opção por uma das forças provoca incômodo nas demais e lembrou que em seus governos atuou para melhoria delas, adotando medidas como, por exemplo, cursos no Senai e garantia de almoço para que soldados do Exército passassem o dia todo no quartel, e não liberado 11h30 pelo fato de a instituição não oferecer, à época, o que comer.
Lula contou também da compra de aviões para a Aeronáutica, que estava “em frangalhos” e navio para a base brasileira na Antártica, já que o que tinha lá à época, o Barão de Teffé, “quase não cabia um pesquisador dentro do laboratório”.
Lula ressaltou ainda que as Forças Armadas não criam caso, e disse ter certeza de que os militares da ativa não apoiam “as bobagens” que o presidente Bolsonaro fala. “Eu tenho certeza que essas bobagens que o Bolsonaro fala não tem o apoio dos militares da ativa, não tem apoio do alto comando.
Embora o presidente da República seja o chefe supremo, ele só pode ser considerado chefe supremo quando ele é sério, quando ele fala coisa com coisa, quando ele respeita a sociedade, quando ele respeita as instituições, quando ele respeita a democracia, quando ele respeita as próprias Forças Armadas”.
O ex-presidente disse não acreditar em golpe e declarou que o atual presidente vai pagar caro, se brincar com a democracia. “Como é que a gente pode falar em golpe?
Eu não acredito em golpe. Não acredito que as forças armadas aceitem isso, não acredito que a sociedade brasileira permita isso. Não acredito. Esse cidadão, se ele começar a brincar com a democracia, ele vai pagar um preço muito caro”, disse, criticando Bolsonaro também pelos decretos de sigilo para proteger familiares e ministros. “É lógico que tem que revogar, não é possível a gente permitir.
(Matéria do site Lula.com.br)
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