Ao longo desses quase quatro anos, o presidente Jair Bolsonaro deu vários motivos para ser criticado e detestado pela maior parte da população brasileira e mundo afora.
Então candidato da Coligação Brasil Acima de Tudo, Deus Acima de Todos (PSL-PRTB), conquistou a poderosa bancada do agronegócio e os líderes das igrejas evangélicas. Assim, após ter 46,03% dos votos válidos no primeiro turno (pouco mais de 49 milhões de eleitores a seu favor), esse percentual subiu para 55,13% no segundo (quase 58 milhões dos 104.838.753 válidos. Ao todo compareceram 117.364.560 pessoas às urnas).
Ao tomar posse, o capitão do Exército na reserva se centrou em uma das várias promessas feitas e não cumpridas (https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2018/noticia/2018/10/11/jair-bolsonaro-as-promessas-do-candidato-do-psl-a-presidencia.ghtml): a defesa da família tradicional (apesar de estar no segundo casamento). Pesquisa feita pelo Portal G1 mostra que apenas 21 de seus 58 compromissos assumidos foram integralmente cumpridos, ou seja, 36% do total.
Em outubro de 2019, Bolsonaro deixou o PSL. Após dois anos sem partido, o presidente se filiou ao PL em novembro de 2021.
No dia 23 de setembro de 2022, o portal Aos Fatos (https://www.aosfatos.org) registrou que em 1.361 dias como presidente, Bolsonaro deu 6.303 declarações falsas ou distorcidas.
Com seus discursos misóginos, homofóbicos, racistas e machistas o tempo todo, aquele que foi um deputado sem grande destaque durante quase três décadas (apenas dois projetos aprovados em 27 anos) é autor de várias frases de impacto (negativo), sempre preferindo o conflito à paz.
“O erro da ditadura foi torturar e não matar”; “Tenho quatro rapazes e uma menina, fruto de uma fraquejada”; “Ela não merecia ser estuprada porque é muito ruim, muito feia”; “Prefiro que meus filhos morram em um acidente a ser homossexuais”; “Se o presidente da OAB quiser saber como o pai desapareceu na ditadura militar, eu conto pra ele”; “Dentre os governadores de ‘paraíba’, o pior é do Maranhão”; “Pretendo beneficiar meu filho, sim. Se eu puder dar filé mignon pro meu filho, eu dou”; “Questão ambiental só importa aos veganos, que comem só vegetais”; “Brasil não pode ser o país do mundo gay. Temos famílias”; “Falar que se passa fome no Brasil é uma grande mentira”. Essas são apenas dez exemplos.
Se nada disso mexe com você, eleitor, darei, como diz o título desse artigo, “Um motivo apenas”: o posicionamento do presidente durante a pandemia da COVID-19. No Brasil todos temos um vizinho, colega de trabalho, parente ou amigo que foi morto pelo novo coronavírus.
Bolsonaro negou o seu risco, zombou das mortes por asfixia em Manaus, atacou as estratégias para conter o vírus, sabotou o auxílio emergencial, foi contra a campanha “Fique em casa”, investiu em remédios que não funcionam, negou ajuda a indígenas e quilombolas, tentou esconder dados com o total de infectados e mortos, atrasou de propósito a compra de vacinas e ainda houveram vários esquemas de corrupção, revelados pela CPI da Pandemia. Não à toa ganhou os apelidos de Genocida (pessoa que é diretamente responsável pelo extermínio de muitas pessoas em pouco tempo) e Negacionista.
Vivemos em uma democracia e todos temos o direito de escolher o nosso candidato à Presidência de 2023 a 2026, mas escolher quem está no poder, independente dos problemas sérios do país, é admitir que você não se importa com o trabalhador, com o pobre, com o negro, com o homossexual, com a mulher, com a democracia, por exemplo. Se você é homem, empresário, bem-sucedido financeiramente, branco, heterossexual e defensor da ditadura, tudo bem, não concordo, mas entendo. Caso contrário, é inexplicável o seu voto e a defesa dele. E repito: são inúmeros os motivos, mas basta um: com vida não se brinca!
Um motivo apenas
Seja o primeiro a comentar