É hora de repensar a aprendizagem

Little boy in math class overwhelmed by the math formula.

Depois de 2020 e 2021 com a pandemia do novo coronavírus em evidência, 2022 chega ao fim mostrando mais pontos negativos que positivos no cenário educacional, principalmente com relação à aprendizagem.

O avanço das tecnologias educacionais, com o ensino remoto ou híbrido, tão necessário nos últimos dois anos, não abriu caminho para uma aprendizagem mais flexível, como era imaginado.

Em 2022 instituições voltadas para a educação básica por todo o país retornaram ao ensino tradicional, pautado na sala de aula, quadro, material didático e falta de infraestrutura.

A mudança sonhada, tendo em vista os problemas e as particularidades dos estudantes (já sabido que têm impacto determinante no processo de aprendizagem), não aconteceu e sequer tem sido discutida.

Patrono da educação brasileira, Paulo Freire, de onde estiver, viu que um colégio com o seu nome em Armação dos Búzios ignorou (cabe ressaltar também a falta de autonomia para tal) a sua defesa para um ensino menos massificado, por exemplo.

É de conhecimento de todos os envolvidos na educação que os estudantes não aprendem da mesma maneira, nem têm a mesma bagagem, interesses ou ritmo, porém essa diferença nunca é vista como um ponto a ser valorizado.

Segue cada vez mais a educação tendo foco no resultado (nota azul) e não no processo de aprendizagem. Termo da moda, a “aprendizagem significativa”, que poderia gerar estudantes mais engajados e interessados, continua sem acontecer de modo eficaz, muito em função do trabalho fragmentado entre todos os atores do processo educativo.

Em 2023, o município de Armação dos Búzios começa, na prática, o Novo Ensino Médio. Fica para o corpo discente a esperança de ser possível criar trilhas de aprendizagens e currículos mais flexíveis e abertos às suas escolhas.

Do outro lado da sala, a expectativa é por docentes motivados, capacitados, abertos às mudanças que serão necessárias com ou sem tecnologia, possibilitando a realização de metodologias favoráveis à aprendizagem, como a aula invertida, a cultura maker (evolução do “faça você mesmo”) e o método PBL (aprendizagem baseada em problemas).

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Vinicius Fernandes Batista é professor, tradutor e revisor. Um carioca que não gosta do Rio de Janeiro, mas adora a trinca de V: verdade, vinho e viagem

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