Num lugar por aí

No Brasil de hoje, o(a) professor(a) de hoje trabalha quase sempre na escola de ontem com as condições de ontem e, o mais grave, não conhecendo o(a) aluno(a) do amanhã. Perde-se muito tempo com o ego, o egoísmo e a busca por culpados.

Se é de praxe a reclamação que o alunado atual “não quer nada”, não se dedica, não se esforça, por outro lado o professorado, em sua maioria, não reconhece seus deveres e enfatiza a todo tempo apenas os direitos, relegando seu público-alvo a segundo ou até mesmo terceiro plano.

Num lugar por aí, professora entra na sala de aula para não só defender seu candidato, mas também ofender gratuita e inexplicavelmente os colegas que têm opinião contrária. Uma outra assume ser racista, sem se importar com o fato de o racismo ser crime desde 1989. Um professor pune e ofende estudantes com pensamentos distintos ao seu.

Assim, às portas de 2023, são poucos os professores preparados e atualizados, não só com relação a seus conhecimentos específicos, mas também de mundo e da realidade. Sabe-se que o(a) professor(a) hoje precisa acreditar incondicionalmente no ser humano, enaltecendo o protagonismo e o potencial de seus alunos.

É lamentável ver que grande parte do professorado ainda tem certeza que nele segue centrado o conteúdo, sendo o alunado apenas um depósito de informações a serem assimiladas e reproduzidas, ignorando os diversos saberes que podem vir a ter fora da escola, num mundo cada vez mais tecnológico e digital, independente da condição financeira de cada um.

Que o país se inspira em exemplos de sucesso no exterior e o(a) professor(a) seja aquele ser que inspira, que faz o(a) estudante sonhar, que abre portas para diversos caminhos, que é menos conteudista e mais humanista, que permite a seu(sua) aluno(a) enxergar além da sala de aula e, principalmente, faz do conhecimento a ferramenta mais poderosa para, ao menos, transformar a educação (mais que isso já é uma utopia).

Bola ou Búlica: Professor Vinicius Fernandes estreia sua coluna semanal no JPA
Vinicius Fernandes Batista é professor, tradutor e revisor. Um carioca que não gosta do Rio de Janeiro, mas adora a trinca de V: verdade, vinho e viagem

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