Arquidiocese reage aos ataques ao Padre Julio Lancellotti

Arquidiocese reage aos ataques ao Padre Julio Lancellotti ——

 

A Arquidiocese de São Paulo expressou surpresa diante da tentativa de iniciar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Padre Júlio Lancellotti, conforme comunicado divulgado nesta quinta-feira (4). Em dezembro, um pedido para investigar organizações não governamentais na Cracolândia foi protocolado na Câmara Municipal, sem citar o coordenador da Pastoral do Povo de Rua no requerimento.

O vereador bolsonarista Rubinho Nunes, autor do pedido, afirmou publicamente que Lancellotti é o principal alvo. A Arquidiocese questionou a coincidência dessa movimentação em ano eleitoral, levantando dúvidas sobre os motivos para uma CPI contra um sacerdote que trabalha com os pobres.

No pedido de abertura da CPI, o vereador Nunes pretende investigar ONGs que fornecem alimentos, utensílios para uso de substâncias ilícitas e tratamento de dependentes químicos na região da Cracolândia.

Ele justifica a necessidade de investigação das organizações da sociedade civil alegando que algumas delas recebem financiamento público. Apesar de ter recebido assinaturas de mais de um terço dos vereadores, a CPI precisa ser aprovada em plenário pela maioria da Câmara Municipal para ser instalada.

Em resposta ao pedido de Nunes, a vereadora Silvia da Bancada Feminista solicitou a investigação do aumento da população em situação de rua na capital paulista e das políticas públicas de atendimento a essas pessoas.

Ela destaca que o aumento ocorreu na gestão do Prefeito Ricardo Nunes, que promoveu políticas hostis contra a população em situação de rua. O pedido ainda não alcançou o número mínimo de assinaturas para ser protocolado.

O Padre Julio Lancellotti afirmou, por meio de nota, que as CPIs são legítimas, mas esclareceu que não pertence a nenhuma organização que utilize convênio com o Poder Público Municipal.

A Craco Resiste, por sua vez, esclareceu que não é uma ONG, mas um projeto de militância para resistir contra a opressão na Cracolândia.

Quanto à repercussão, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, expressou solidariedade ao padre Julio, destacando que quando se está do lado dos indesejáveis, também se torna indesejável.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, questionou a distorção de prioridades e senso de justiça na proposta de abertura da CPI, indicando a necessidade de reflexão sobre ataques políticos ao compromisso social e ao combate à pobreza.

 

 

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