Relatório médico sobre um paciente em estado quase terminal

Paciente estado terminal

 

——- Por Francisco Carlos de Mattos——

Relatório médico sobre um paciente em estado quase terminal

Com a proximidade do fim do meu ciclo profissional na educação, entre docências no ensino médio e na educação superior, transitando por alguns cursos de pós graduação e, também, pela Orientação Educacional, um amigo me fez uma pergunta cuja resposta sempre fora protelada, empurrada para um segundo plano.
– Já pensou numa alternativa pós aposentadoria?
Claro que o pensamento inicial sempre foi o do descanso depois de efetivos 42 anos de docência, até porque, mesmo que se não queira dar o braço a torcer, “o tempo passa, o tempo voa” e a sua carcaça não está na boa como era aos 23 anos.
Doem os joelhos, as vistas, embaçadíssimas, precisam de um artifício complementar, numa relação matemática inversamente proporcional, onde cada vez que o braço parece encurtar, mais aumenta o grau. Poderia continuar com a lista, passando pela P.A., pelo diabetes, pelo fígado, etc.; mas, dessa forma, essa reflexão seria cópia fiel de um relatório médico sobre paciente em estado terminal. Não chegamos a tanto… Acho…

PENSEI EM ALGO?

Sim! Em pescar no Canal que liga as águas do mar à maior massa de água hipersalina em estado permanente no mundo (Lagoa de Araruama), lavar louça, banheiro ou, quem sabe, fazer um curso de gastronomia só para cozinhar uma comidinha para minha mulher e meus filhos e alguns amigos de vez em quando. Penso, além de tudo isso, em me entregar, só pelo gosto em fazê-lo, ao mundo editorial/literário, desenvolvendo as minhas mal traçadas linhas.
Mas tudo isso são especulações, digamos que desejos. Vai depender muito dos momentos que virão após assinar minha carta de alforria e dos meus joelhos, da P.A., dos diabetes.

 

 

Francisco Mattos Pedagogo/ Mestre em Educação

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