Por Mardônio Gomes*
Normalmente, costumo falar do meu próprio ponto de vista. Mas vamos falar do ponto de vista dos economistas liberais. A grande crítica do bloco liberal não governista era a falta de agenda da equipe econômica do atual governo. A reforma previdenciária aprovada, foi um remendo do mote reformista do governo Temer e emendada em quase sua totalidade pelo congresso. Assim como a proposta de reforma fiscal que também é um remendo do mote obsoleto do governo Pinochêt. A chamada reforma administrativa é um nítido golpe nas profissões de baixo escalão e uma abissal desproporcionalidade com os grandes representantes dos feudos que se perpetuam há décadas no poder. Os mesmos que discursam a falácia de um Estado mínimo desde que siga máximo a seus interesses e privilégios.
Desde o início deste governo, economistas liberais como a Doutora Mônica De Bolle, Doutor Mangabeira Unger, Doutor Mauro Benevides Filho, Doutor André Perfeito, Delfim Neto, Eduardo Azevedo, dentre outros, vêm denunciando o boom inflacionário que a política cambial associada à famigerada ganância dos bancos e das corretoras de valores, à falta de agenda propositiva de mercado, à desastrosa política ambiental, à instabilidade política gerada por um comportamento dúbio, anti-diplomático e agressivo com imprensa e instituições geradas pelo chefe do executivo, desestabilizariam a confiança dos investidores, gerariam uma evasão recorde de capital, paralisariam a indústria e gerariam uma aceleração no desemprego suprimindo o consumo e gerando uma lacuna ainda mais ampla no quadro de desigualdade social. É importante lembrar que o trabalhador braçal assalariado defendeu como um verdadeiro soldado defende seu comandante e comemorou como se comemora a vitória de uma batalha a seguinte manchete: O IBOVESPA atinge o recorde histórico de 100 pontos! Pois é; sequer sabia que estava comemorando uma conquista que não era dele e que significava ganho em cima de sua exploração, da redução do poder de compra de seu salário, do arrocho de sua renda familiar e da precarização da sua força de trabalho. Isso tudo apenas em 2019.
Denunciaram também que a postura do chefe do executivo em minimizar os efeitos de uma pandemia com o caos mundial causado pelo Corona Vírus, era uma estratégia para, lá na frente, culpar os outros pelo caos que sua ausência como líder viria causar. Pois bem, os robôs já saíram às redes sociais, os asseclas já montaram sua narrativa preestabelecidas de se defender colocando a culpa nos outros e a massiva propaganda governista que não consegue se justificar pelo seu caminho sem rumo.
Minha conclusão: Não há New Deal, não há nova política, não há reinvenção da roda! O que há é uma demonstração tão absurda da falta de explicações do governo que temos que ver um alto secretário da equipe econômica dizer que “a culpa da alta dos preços é dos pobres que receberam R$ 600,00 de auxílio e resolveram comer muito arroz e feijão.” Não há justificativa plausível senão a verdade dos números: Os bancos e os 6% da classe mais rica do Brasil acumularam alta nos lucros em 45% com subsídios do governo enquanto a população empobreceu em cerca de 38%. A inflação projetada nas previsões do governo de 3% para 2020 não bate com o reajuste de 32% nos combustíveis e de até 65% em alguns itens da cesta básica só nos últimos cinco meses. Só esse mês, a gasolina já foi reajustada três vezes na bomba. Enquanto isso, as pessoas que defendem o governo e que se dizem especialistas em política econômica neoliberal são aquelas mesmas pessoas que até há 4 anos atrás diziam que “futebol, religião e política não se discute”.
Termino com umas frases muito utilizadas por mim ultimamente:
“Aquele que se omite perante à covardia, já escolheu o lado do opressor.”
Bispo Desmond Tutu.
“Quando ofereço comida aos pobre me chamam de santo, mas quando pergunto o por quê são pobres, me chamam de comunista.”
Dom Hélder Câmara.
Nunca tive medo de ídolos ou de mitos, e sim de onde a idolatria ou a mitologia podem nos levar
Seu voto tem consequências!!!
*Empresário e Guia de Turismo
Presidente do PSB – Armação dos Búzios
Seja o primeiro a comentar