Ameaça fascista – Populista de extrema-direita vence primárias na Argentina

Ameaça fascista – Populista de extrema-direita vence primárias na Argentina —–

 

 

O candidato populista de extrema-direita, Javier Milei, obteve a maior quantidade de votos nas eleições primárias ocorridas no domingo (13) na Argentina. Essas eleições servem para escolher os candidatos presidenciais das eleições gerais de outubro, em um país que enfrenta desafios econômicos.

As eleições de outubro sofreram uma reviravolta após a vitória surpreendente de Milei. Com cerca de 92% das urnas apuradas, Milei conquistou cerca de 30% dos votos totais, muito acima das previsões iniciais. Os candidatos da principal coligação opositora, Juntos pela Mudança, obtiveram 28% dos votos, enquanto a atual coligação governamental, União pela Pátria, alcançou 27%.

Milei, conhecido por admirar Donald Trump, ex-presidente dos EUA, defende a abolição do Banco Central da Argentina, nega as mudanças climáticas, critica a educação sexual e defende a legalização da venda de órgãos humanos e o acesso facilitado a armas de fogo.

Durante a celebração em sua sede eleitoral, Milei prometeu eliminar a “casta política parasita, corrupta e inútil” do país. Ele afirmou que esse é o primeiro passo para reconstruir a Argentina e destacou que uma mudança significativa não é possível com as mesmas pessoas no poder.

O resultado das eleições é um golpe para a coligação de centro-esquerda, refletindo o descontentamento generalizado na Argentina, que lida com uma inflação anual superior a 100%, aumento da pobreza e desvalorização da moeda.

A crise econômica levou muitos argentinos a se desiludirem com os principais partidos políticos, abrindo espaço para Milei, que ganhou apoio ao propor a adoção do dólar norte-americano em substituição ao peso.

Esses resultados refletem a insatisfação do público com a liderança política e a falta de soluções oferecidas pelos partidos no poder, conforme Mariel Fornoni, diretora da empresa de consultoria política Management and Fit.

As eleições primárias, obrigatórias para a maioria dos adultos, funcionam como uma sondagem nacional sobre a preferência dos candidatos junto aos argentinos para as eleições gerais de 22 de outubro. Elas indicam o favorito para assumir a presidência.

Na coligação opositora Juntos pela Mudança, os eleitores parecem estar inclinados a adotar posições mais à direita, já que Patricia Bullrich, ex-ministra da Segurança, derrotou facilmente o candidato mais centrista, Horacio Rodríguez Larreta, presidente da Câmara de Buenos Aires.

A coligação governamental União pela Pátria ficou em terceiro lugar devido à crise econômica, e o ministro da Economia, Sergio Massa, tornou-se o candidato presidencial da coligação, superando o esquerdista Juan Grabois.

Após a vitória de Milei, os mercados financeiros argentinos apresentaram enfraquecimento. Analistas já haviam alertado que um desempenho melhor do que o esperado para Milei poderia causar turbulências nos mercados e levar a uma queda significativa no valor do peso argentino, devido à incerteza sobre suas políticas econômicas como possível presidente.

O banco de investimentos JPMorgan prevê uma pressão crescente sobre a taxa de câmbio, resultando em uma maior diferença entre as taxas de câmbio paralela e oficial. A Argentina é o maior devedor do Fundo Monetário Internacional, com um programa de refinanciamento de empréstimos de 44 bilhões de dólares aprovado em março do ano passado.

 

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