IA (ChatGPT) e o sistema educativo obsoleto

Durante muito tempo o que se aprendia na escola é verdade absoluta. Qualquer dúvida que surgisse sobre um determinado assunto tinha a biblioteca como único caminho.

Com a evolução da humanidade surgiu a tecnologia e a internet, com seu banco infindável de informações (nem todas seguras e confiáveis). Agora, é o momento da inteligência artificial (IA), que vem impactando no aprendizado e na gestão educacional mundo afora.

Neste contexto, a IA na educação oferece a possibilidade de uma aprendizagem mais personalizada, flexível, inclusiva e envolvente. Além disso, as ferramentas fornecem informações não apenas sobre o que está sendo aprendido, mas também como está sendo aprendido e como os alunos estão se sentindo.

Portanto cada vez as metodologias ativas e a tecnologia mudam a forma de dar aula. Ir ao colégio e ficar horas sentado no mesmo lugar com o caderno aberto e apenas ouvindo uma lição já não cabe mais para a chamada Geração Z.

Num período em que os “influencers” chamam a atenção, nos Estados Unidos, os irmãos Alberto e Mario Herráez, conhecidos nas redes como eTwinz e donos de várias premiações como UCET, ISC, EdtechSurge e ISTE, que reconhecem líderes emergentes educativos a nível mundial, deixaram a docência para se centrar em formar outros professores para que sejam capazes de transformar a educação, através da sua consultoria, chamada de “eTwinz Education”.

Para eles, a chegada da IA é uma grande oportunidade para transformar a educação. O x da questão não é tanto como o professor tem que utilizar esta tecnologia na sua sala de aula para tirar o máximo proveito das suas aulas, mas sim como afeta os sistemas educativos ao redor do mundo.

ChatGPT

O nome do momento é o Chat GPT, um sistema baseado em IA que gera conversas a partir de perguntas e tópicos sugeridos pelo usuário. O acesso a ele é aberto, o que possibilita que estudantes o utilizem para resolver exercícios dos mais variados temas, além de redigir (com erros) a redação para próxima aula ou mesmo um trabalho acadêmico mais aprofundado.

ChatGTP nos colocou diante do espelho para fazermos perguntas incômodas que antes não éramos conscientes ou evitávamos fazê-las, como por exemplo: Precisamos continuar avaliando conhecimentos que se pode encontrar no Google com dois cliques? Por que seguimos utilizando sistemas de avaliação sustentados num modelo de 150 anos atrás? Por que continuamos avaliando processos que serão ou são realizados pela IA atualmente, já que não podemos fazê-los melhor que os computadores? Por que nossas aulas como docentes seguem sendo em grande parte similares às que íamos quando éramos alunos? Quão importante é o uso da memorização no mundo atual?

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Vinicius Fernandes Batista é professor, tradutor e revisor. Um carioca que não gosta do Rio de Janeiro, mas adora a trinca de V: verdade, vinho e viagem

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