A posse do Lula e a ameaça terrorista

A prisão do terrorista bolsonarista que pretendia explodir um caminhão de querosene em Brasília, aumentou ainda mais o temor de um atentado durante a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, os protocolos de segurança serão reavaliados para o dia da posse, diante da radicalização dos apoiadores de Bolsonaro.

O autodeclarado gerente de posto de combustíveis, George Washington de Oliveira Sousa, foi preso pela Policia Civil do DF antes que pudesse levar a diante o atentado no dia 24 de dezembro.

Em seu abrigo foi encontrado um verdadeiro arsenal, com armas sofisticadas, munições e explosivos. Estima-se que o homem tenha investido cerca de R$ 160 mil. Quem teria financiado esse investimento?

Apesar do alerta dado pelo quase atentado, a sensação de insegurança aumentou, assim como a preocupação com o bem estar do presidente eleito e dos seus militantes no dia da posse.

O Ímpeto violento do movimento bolsonarista, sempre alimentado pelo próprio presidente, parece não conhecer limites na sua luta imaginaria contra o comunismo.

O fantasma do Riocentro

A tentativa fracassada do terrorista nos remete a fato vergonhoso para as Forças Armadas. No dia 30 de maio de 1981, durante um evento que reunia vários artistas pata comemorar o Dia do Trabalhador, um incidente envolvendo dois militares por pouco não terminou em uma tragédia que poderia ter vitimado centenas de pessoas.

Um automóvel Puma explodiu no estacionamento do Riocentro. Esse veículo levava dois ocupantes: o capitão Wilson Luís Chaves Machado, proprietário do carro e conhecido pelo codinome “Doutor Marcos”, e o sargento Guilherme Pereira do Rosário, codinome “Agente Wagner”.Ambos faziam parte do órgão de repressão DOI-CODI do Exército do Rio de Janeiro.

Os dois militares pertenciam à chamada linha dura, grupo de militares contrários ao fim da ditadura civil militar. O sargento era perito em montagem de explosivos e o capitão Machado era chefe segurança do então presidente General Figueiredo.

A explosão ocorreu por volta das 21h20min, durante o show da cantora Elba Ramalho. O sargento Rosário, que levava a bomba no colo, morreu na hora, enquanto o capitão Machado foi capaz de retirar-se dos destroços, embora gravemente ferido e segurando com as mãos as próprias vísceras. Ninguém jamais foi punido pela tentativa fracassada de atentado.

Atualmente, apesar da conivência de muitos militares que pareceram tolerar as atitudes golpistas do radicais bolsonaristas, as investigações apontam que os principais financiadores do movimento são empresários de vários ramos. O interesses desses homens seria a manutenção do desmonte das instituições públicas e o fim dos direitos trabalhistas.

Seja como for, a preocupação com um ataque terrorista aumenta à medida que o dia da posse do Lula se aproxima. Será que as medidas segurança adotadas pela equipe de Lula serão capazes de afastar a ameaça terrorista do bolsonarismo?

Rogério Carvalho é Professor de História e escritor.
Siga no Twitter: @crogercarvalho
Siga no Instagram:
@professorrogeriocarvalho
Siga o jornal no Twitter:
@publicoalvojor

Leia também:

O que é o bolsonarismo? Entenda 10 aspectos do fenômeno comportamental que ameaça a democracia brasileira

Cinco frases ocultas nos adesivos de Bolsonaro

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*